Evento é a maior olimpíada para
estudantes universitários do mundo.
A 21ª Competição Internacional de
Matemática para Estudantes Universitários (IMC, na sigla em inglês), terminou
nesta segunda-feira (4), e o Brasil conquistou 24 medalhas, sendo 2 de ouro
(First Prize), 12 de prata (Second Prize) e 10 de bronze (Third Prize). O
resultado foi importante pelo alto nível da competição que contou com a
participação de 324 estudantes de 73 universidades de todo o mundo.
Dos 28 competidores brasileiros
27 foram premiados. Os grandes destaques da delegação nacional foram Henrique
Gasparini Fiúza do Nascimento, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e
André Macieira Braga, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
ganhadores de medalha de ouro com 69 pontos cada, ficando na 36ª posição na
classificação individual. No ranking por equipes a UFMG conquistou a melhor
colocação brasileira ficando na 16ª posição.
O evento, organizado pelo
University College London em parceria com a American University in Bulgaria, é
a maior competição para estudantes universitários e recebe os mais destacados
graduandos em matemática e ciências afins de todo o mundo.
A delegação brasileira contou com
representantes do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Universidade de São Paulo
(USP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto
Militar de Engenharia (IME), acompanhados pelos professores Fábio Dias Moreira,
do Rio de Janeiro (RJ) e Frederico Vale Girão, de Fortaleza (CE).
As provas foram realizadas na
quinta-feira (31) e sexta-feira (1). Cada prova teve cinco questões, valendo
dez pontos cada, que foram resolvidas individualmente, num tempo máximo de
cinco horas. As avaliações foram respondidas em idioma inglês e incluíram
problemas de álgebra, análise real e complexa, geometria e combinatória. Uma
vez realizadas as provas, o trabalho dos estudantes foi avaliado pelos líderes
e apresentado ao tribunal de coordenação, formado por especialistas da área,
que deu as pontuações finais de cada problema usando critérios previamente
estabelecidos pelo júri internacional. Os cortes para a distribuição das
medalhas foram definidos pela organização da IMC, sem interferência dos
líderes.
“Apesar da alta complexidade que
a prova da IMC apresentou este ano, as medalhas brasileiras eram esperadas,
pois os estudantes que formam as equipes são experientes e treinaram bastante
antes da viagem, o que contribuiu para que conquistassem pontos importantes no
desenvolvimento das soluções, facilitando o nosso trabalho na hora da correção
das provas”, disse Fábio Dias Moreira, líder da delegação brasileira.
Como parte das atividades
culturais do evento, a organização ofereceu duas excursões para os
competidores: Visita ao Monastério de Rila e visita à cidade histórica de
Melnik.
Nível de excelência
As equipes olímpicas de
matemática universitária já deram muitas conquistas para o Brasil desde 2003,
ano em que o país participou pela primeira vez, conquistando desde então um
total de 137 medalhas, sendo uma de ouro especial (Grand First Prize), 19 de
ouro (First Prize), 54 de prata (Second Prize) e 63 de bronze (Third Prize).
Como participar da IMC
No Brasil, a Comissão Nacional de
Olimpíadas de Matemática indica os estudantes universitários que tenham sido
premiados na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) com medalhas de ouro,
prata ou bronze. Cabe a cada instituição de ensino a decisão de patrocinar
estes estudantes ou inclusive selecionar outros estudantes para participar da
competição como seus representantes, neste caso, as universidades devem enviar
professores para ajudar no trabalho de avaliação das provas.
Os competidores devem cursar do
primeiro ao quarto ano do ensino superior e não ter título universitário
anterior, podendo ser estudantes de qualquer carreira acadêmica, ainda que a
maioria seja de cursos como matemática, computação, engenharia e física.
A Olimpíada Brasileira de
Matemática (OBM) é um projeto conjunto do Instituto Nacional de Matemática Pura
Aplicada (IMPA) e da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) que desempenha um
importante papel em relação à melhoria do ensino e descoberta de talentos para
a pesquisa em Matemática nas modalidades de ensino fundamental, médio e
universitário nas escolas e universidades públicas e privadas de todo o Brasil.
A OBM conta com o apoio do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), da
Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis), do Ministério
da Educação (MEC) por intermédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (Capes), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE), da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia de Matemática (INCT-Mat).